ATRAVESSANDO VALES E DESERTOS

Pense no cenário de um grande deserto: muita areia, muito sol, vegetação rasa, praticamente nenhuma sombra, sem água para beber. Chega a ser bem desesperador não é mesmo? Principalmente se estivermos despreparados para enfrenta-lo.

Desertos e vales podem até ter uma aparência muito bonita, mas não precisa ser um grande gênio para concluir que melhor vê-los por fotos do que nos perdermos em um deles.

Trazendo essa ilustração para o nosso dia a dia, podemos figurar desertos e vales no parâmetro bíblico para nomear situações difíceis que enfrentamos. Isso se deve em razão dos episódios do povo de Israel no deserto ou em suas batalhas em longos vales. Entendemos vales e desertos como lugares de provação, onde nossa fé é testada, onde somos levados ao limite, onde aprendemos a ter confiança no Pai.

Com toda a certeza, situações de desertos não são as mais prazerosas. Ninguém quer passar por elas! Mas acredite quando eu digo que os desertos são extremamente didáticos. Quer um exemplo prático? O próprio Jesus foi levado ao deserto para ser tentado (Mt 4:1) e foi aprovado em sua experiencia desértica.

Nossos períodos nos desertos nunca são perdidos, principalmente porque, quando somos levados ao deserto somos levados por Deus, assim como o povo de Israel foi, assim como Jesus foi. Os desertos são reveladores, nós produzimos frutos lá, sejam eles bons ou ruins, nosso caráter é descoberto "...para saber o que estava no coração de vocês" (Dt 8:2b) e nosso caráter cristão é lapidado.

O deserto também é um lugar de relacionamento, de ser colocado em secreto onde apenas os olhos do Criador podem ver e ali coisas novas são reveladas e nossa intimidade com o Senhor cresce, tudo depende da maneira que caminhamos, porque ainda que possa parecer que estamos sozinhos os olhos do Senhor se mantém fixos e atentos em nós.

⁸

Passei por alguns desertos em minha curta carreira de dois anos na vida cristã. A mais recente ainda não acabou, embora eu sinta que a pior parte já tenha passado. Meu avô descobriu um câncer no estômago que causou uma hemorragia interna o deixando anêmico e se alimentando por sonda por uma semana, foram três semanas agonizantes até saber o diagnóstico e como proceder. Minha mente travou, me senti cansada e desolada, sem saber o que pensar, exausta demais até para orar. As coisas só voltaram a andar no domingo, quando ele foi internado para fazer uma cirurgia de retirada do estômago.

Minha mãe, movida pelo Espírito, convocou a mim e alguns membros da família que partilham dos mesmos valores cristãos que nós para entrarmos em jejum e consagração pela vida do meu avô até o momento da cirurgia, foi um dia todo de batalha em jejum.

Mas a paz do Senhor sobre o meu coração e me deu confiança o suficiente para manter a fé firme e saber que, independente de tudo dar muito certo ou muito errado, Deus ainda é Deus e a Sua vontade continua sendo boa, perfeita e agradável.

Também pude contar com o apoio dos meus pastores (por favor, seja próximo dos seus pastores, é um ótimo conselho que posso dar a você) que oraram comigo em todo o tempo.

Hoje, obtivemos a vitória, a cirurgia foi um sucesso e parte do estômago dele foi poupada pois não estava afetada. Glória a Deus por isso!

Os vales e desertos nos ensinam a adorar, para passarmos por eles precisamos de uma mudança de perspectiva. Quando sentir que não pode mais caminhar, grite por socorro ao Deus Todo-Poderoso, Ele é caminho no deserto, o Deus que te carrega nos braços quando você não consegue mais caminhar.

Não fuja dos desertos, por mais dolorosos que eles pareçam, eles escondem bençãos incontáveis!

Deus abençoe!