TROCANDO AS LENTES
- ambassadorshvn
- 24 de mai. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 15 de jun. de 2020

Eu ouço falar em Jesus desde que eu me conheço por gente. Desde sempre eu estive envolta no ambiente evangélico. Nasci em berço evangélico e passei a minha infância todinha nos templos brincando de me balançar nas grades das janelas, pulando amarelinha nos pisos e subindo nos púlpitos sempre que tinha oportunidade. Eu ainda frequento a mesma igreja desde os meus 4 anos de idade, embora ela tenha sofrido algumas reformas (as janelas não têm mais as grades, as crianças de hoje já não sabem o quão divertido é balançar nelas) ainda me sinto em casa.
Apesar de crescer em um ambiente cristão eu era como Jó antes da provação: conhecia a Deus só de ouvir falar e na maior parte do tempo eu ouvia falar somente de um Deus justo. Por alguma razão, talvez por meu pai não ser lá tão presente eu não enxergava a Deus como um Deus amoroso, como um Pai que deseja se relacionar com seus filhos, para mim Ele estava tão distante que isso parecia impossível.
Já tinha ouvido centenas de vezes sobre a obra do calvário, mas não entendia sua essência. Sabia que Jesus tinha morrido para nos salvar, mas não conseguia entender que Ele oferecia perdão e não condenação e eu não levava exatamente a sério a vida devocional, orava às vezes antes de dormir e okay, estava cumprindo meu papel como cristã. Roupas como shorts eram totalmente fora de cogitação, minha mãe nunca me deixou usar (como sou grata por isso) mas minha família nunca poupou adjetivos para dizer como ela me criava de maneira “opressora”, não vou dizer que eu não tinha vontade de usar shorts ou de ter a mesma liberdade pra assistir a Xuxa como meus primos, claro que tinha! Mas não entendia as questões espirituais, a religião era como uma ditadora e Deus era um carrasco onde se eu não andasse na linha seria de imediato lançada ao inferno sem dó ou piedade.
Anos mais tarde, no auge dos meus 12 anos eu comecei a seguir o curso dos prés adolescentes que mudam de escola e descobrem um mundo novo das saídas e dos garotos, já não tinha vontade de ir à igreja com tanta fidelidade, as novelas eram mais atraentes e acabei desandando de vez. Devido a problemas familiares minha mãe acabou deixando a igreja também por um certo período e eu deixei Deus de lado de vez logo após os meus 14 anos.
Eu o deixei, Ele não, Ele nunca me esqueceu.
Essa é uma pequena parte da história, existiram ainda muitas coisas que falarei em outras oportunidades. O fato de eu não conseguir enxergar Deus e seu amor me tornou alguém que anulou o valor da graça e por muitos anos me sentia incapaz de ser serva de Deus, foi necessário trocar as lentes. Deus não é um carrasco, não quer que você mereça a salvação, Ele sabe que somos falhos, se lembra que somos pó (Salmos 103:14).
No dia 13 se completaram dois anos que eu tenho andando verdadeiramente com o Senhor, conhecendo quem Ele é a cada dia e acredite em mim quando digo que Ele fez questão de desconstruir toda a imagem distorcida que eu tinha a Seu respeito, agora sou como Jó após a provação: agora os meus olhos o veem. Hoje eu sou a careta da família, mas é por escolha, porque sei que a santificação é o que me faz ficar mais perto do meu Amado e eu tenho prazer nela.
Conheça ao Senhor, peça a Ele que se apresente e certamente Ele o fará, mas um conselho de amiga: leia 1 Coríntios 13 4–7, Deus deixou a descrição completa de Seu caráter nessa passagem.
Deus abençoe!
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